Design Social entende-se por todos os produtos e serviços que atendem às demandas da sociedade de forma inteligente, respeitando o ambiente, a cultura e a mão-de-obra. "É uma ferramenta de inovação e de comunicação, capaz de transformar necessidades e desejos humanos em produtos e sistemas de modo criativos e eficazes, adequados não somente a ponto-de-vista econômico, mas também social, cultural e ecologicamente responsável", define o designer gráfico e industrial Eduardo Barroso.
Esta é uma das muitas funções do design social, vertente que vem ganhando força frente as crises regionais e globais atuais. O design social apóia-se no entendimento de que nós designers, somos os responsáveis por criar pontes, facilitar a relação entre o indivíduo e o mundo que o cerca e deixando de lado qualquer discurso inocente, fica evidente o tamanho da nossa responsabilidade na construção e desenvolvimento da sociedade a nossa volta.
É preciso deixar claro, no entanto, que o design social nada tem a ver com assistencialismo, as ações desta vertente do design têm como foco, transformar situações de desigualdade social e tecnológica, oferecendo através do design, recursos para que estas barreiras sejam superadas, gerando oportunidades de desenvolvimento com resgate da cidadania e a dignidade. Pensar soluções para combater o frio de quem vive na rua ou mesmo maneiras alternativas e mais viáveis de construir habitações, combater a seca, criar meios para desenvolver regiões sem grande potencial industrial ou agrícola são só alguns dos desafios encontrados.
Em outras palavras para falar em design social, ou melhor, Design Socialmente Orientado, inevitavelmente abordamos conceitos como ética e responsabilidade profissional.
É natural que conceitos novos tragam idéias motivadoras, muita crítica e também muitas controvérsias. Acredito que para chegarmos a uma conceituação que respalde o florescimento de uma emergente área de conhecimento dentro do design é preciso passar pelo conceito de comunicar. Designers, de qualquer vertente, configuram a cultura material –visual ou de produtos- de sua sociedade. Conseqüentemente, designers transmitem idéias, valores e conceitos que afetam as ações, as opiniões, a conduta e o conhecimento dos usuários (também conhecidos como consumidores!). Para mim, nada mais natural do que conceber este como um processo de comunicação. Admitindo que nossa tarefa é, antes de mais nada, COMUNICAR a mensagem (ou ideologia!) do cliente (emissor) para seu consumidor (intérprete), a noção da responsabilidade profissional e ética ficam bem mais evidentes.
Avançando um pouco neste raciocínio, não seria um equívoco dizer que educamos os consumidores. E um pouco mais grave: educamos os consumidores persuadindo-os a consumir o que querem os nossos clientes. Tá bom, nem todas as áreas do design estão voltadas à ativação do mercado de consumo, afinal existe o design da informação, o design de equipamentos médicos e para deficientes físicos, design de sinalizações e etc., o que deixa bem claro que o designer projeta uma interface entre um indivíduo e o mundo que o cerca, sua função é facilitar a vida das pessoas.
Acima de qualquer coisa 'e necessário que tenhamos consciência de que o fruto do nosso trabalho contribui, mesmo que com uma pequena parcela, para a configuração de nossa sociedade. É necessário que tenhamos claro que tipo de sociedade ajudamos a configurar.
Sabendo da importância e impacto que o nosso trabalho tem na transformação de paradigmas, é impossível pensar o design sem levar em consideração o impacto ambiental e moral de nossas ações e cabe a provocação: você está satisfeito com as condições do local e sociedade que o cerca?
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
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